.
"A chuva está caindo
Mas o samba não pode parar
não! não! não pode parar
não! não! não pode parar
Esta chuva miúda para o sambista é uma coisa a toa
chuva miúda no samba, malandro, é garoa..."
Um dos maiores motores e bastião do samba. Representante imortal, com a vantagem de ainda estar viva, do samba carioca. Yvonne Lara da Costa nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13 de Abril de 1921. O pai, João da Silva Lara, era mecânico de bicicletas, além de violonista e componente do Bloco dos Africanos. D. Emerentina, a mãe, era pastora do Rancho Flor do Abacate. Aos seis anos de idade, ficou órfã de pai e mãe, sendo internada por parentes no Colégio Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca (bairro de origem, orgulhasamente, dos autores deste blog), Zona Norte do Rio de Janeiro, onde permaneceu até os 17 anos.
Admirada por suas professoras de música no colégio, Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro Villa-Lobos e Zaíra Oliveira, primeira esposa de Donga, foi indicada para o Orfeão dos Apinacás, da Rádio Tupi, cujo regente era Heitor Villa-Lobos. Estudou música com Lucília e cantou sob a regência do maestro.
Saindo da escola, foi morar na casa de seu tio Dionísio Bento da Silva, que tocava violão de sete cordas e fazia parte de grupo de chorões que reunia Pixinguinha e Donga, entre outros. Com o tio, aprendeu a tocar cavaquinho. Seu primo, Mestre Fuleiro, também foi um dos fundadores da Império Serrano (que nasceu a partir de uma dissidência da antiga escola de samba Preazer da Serrinha) em 1947, ano em que Dona Ivone Lara mudou-se para Madureira e começou a freqüentar a Escola de Samba Prazer da Serrinha, mesma época em que começou a compor sambas para esta escola.
Casou-se, aos 25 anos, com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha. Nesta época, passou a freqüentar a Escola, onde aprimorou seus dotes de sambista e conheceu os amigos Aniceto, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde seriam seus parceiros em algumas composições. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar pela verde e branco de Madureira.
Na Império Serrano compôs alguns sambas-enredos, como "Não Me Perguntes" (com Fuleiro) e o clássico "Os Cinco Bailes da Corte ou Os Cinco Bailes da História do Rio" (com Silas de Oliveira e Bacalhau). Participou das rodas de samba do Teatro Opinião nos anos 60, vindo a gravar o primeiro disco apenas em 1978, quando se aposentou do ofício de enfermeira (trabalhou com Nise de Silveira no tratamento de doentes mentais). Nesse mesmo ano foi gravado por Gal Costa e Maria Bethânia seu maior sucesso, "Sonho Meu", em parceria com Délcio Carvalho. A música foi premiada como a melhor do ano de 1978. Motivo pelo qual foi convidada a gravar seu primeiro LP em 1979 pela Odeon, "Samba, Minha Verdade, Minha Raíz" e, no ano seguinte, "Sorriso e Criança".
Outros intérpretes que tiveram êxito com composições da sambista foram Clara Nunes e Roberto Ribeiro ("Alvorecer"), o trio Maria Bethânia, Ceatano Veloso e Gilberto Gil ("Alguém Me Avisou"), Paulinho da Viola ("Mas Quem Disse que Eu Te Esqueço", com Hermínio Bello de Carvalho) e Beth Carvalho ("Força da Imaginação", com Caetano Veloso). Gravou até o ano 2000, somente estes cinco LPs e um CD, "Bodas de Ouro", com diversas participações.
Seu repertório é composto na maioria de sambas românticos, dolentes ou de inspiração em suas raízes africanas. Dona Ivone é madrinha da ala dos compositores da Império Serrano e desfila todo ano na ala das baianas.
Feliz aniversário e Benção!
Fontes:
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Yahoo Música
Wikipedia
3 comentários:
Só pra te dar um comentário, procê não ficar bolado =P
Já que é pra comentar: pensei que ela tivesse uns 60 e poucos... muy bien conservada, nossa amiga ae
Alvaro, não se sinta desinformado. Só 85 depois que eu descobri que ela existe. =P Vou procurar algumas músicas dela depois.!
Até.:
"Tristeza rolou dos meus olhos
De um jeito que eu não queria
E manchou meu coração
Que tamanha covardia..."
Te amo querido. Lindo post : -)
Postar um comentário