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segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Buddy Guy





George Guy (o nome verdadeiro de Buddy Guy) nasceu na Louisiana, na cidade de Lettsworth, no dia 30 de julho de 1936. Figura hoje como um dos maiores nomes do blues, apesar de que, há bem pouco tempo, não conseguia sequer um contrato decente.

Sua guitarra entoa notas vibrantes, cheias de energia, que o tornaram uma das maiores influências dos primórdios do rock (Guy é, provavelmente, a maior influência de Jimi Hendrix, que parava o que estivesse fazendo para vê-lo tocar).

Combinado a isso, Buddy Guy é um grande showman, ajudando a difundir maneiras de se apresentar no palco que se tornaram mundialmente famosas através de Hendrix, como tocar com a boca, tocar nas costas, dentre outras peripécias. Outras peculiaridades de seus shows que valem nota são seu hábito de descer do palco e ir tocar caminhando no meio da platéia e o seu tradicional "Shit!!!", proferido quando toca algo que não o agradou.
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Entretanto, engana-se quem, ao ler estas linhas, pensa que Buddy é um malabarista de circo. Não bastasse sua impressionante habilidade em tocar guitarra, ele é, também, um grande cantor, dono de uma potente voz (o que fica claro em seu show, quando, em vários momentos, grita a plenos pulmões), praticamente inabalada pela idade (69 anos).
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Guy começou sua carreira nos anos 50, tocando com vários outros artistas. No início, enfrentou um grave problema de fortes dores estomacais, que foram diagnosticadas como uma espécie de medo excessivo de palco (o que chega a ser irônico, para quem o vê completamente senhor de si em seus shows, hoje em dia). Entretanto, na época em que ele se juntou à banda de Raful Neal, ele já havia superado este revés.
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Em 1957, ele foi para Chicago, onde tocou com nomes como Freddie King, Otis Rush, Muddy Waters, e Magic Sam, que o apresentou ao chefe da gravadora Cobra Records, Eli Toscano. Em 1958, ele gravou dois singles para este selo, "This Is The End" e "Try To Quit You Baby", produzidos por ninguém mais, ninguém menos que Willie Dixon.
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Mais tarde, Buddy começou a gravar pela lendária Chess Records, grande celeiro do blues elétrico de Chicago. Lá, ele tocou com Muddy Waters, Little Walter, Howlin' Wolf, Sonny Boy Williamson e Koko Taylor. Guy saiu da Chess em 67, passando a gravar pela Vanguard. Lá, gravou um LP ("A Man and the Blues") com o sucesso "Mary Had a Little Lamb" (cuja excelente regravação por Stevie Ray Vaughan se tornou muito famosa).
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Aquele que talvez tenha sido o maior parceiro de Buddy Guy foi o gaitista Junior Wells. Gravaram discos juntos e fizeram várias turnês nos anos 70.
Contudo, Guy não conseguia o reconhecimento devido por seu trabalho, apesar de ser extremamente respeitado e admirado por nomes como Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan e Eric Clapton. Isso mudou em 1991, quando, pela Silvertone, ele lançou seu disco de maior sucesso, "Damn Right, I've Got The Blues", que, inclusive, lhe rendeu um Grammy. A este seguiram-se outros álbuns, dentre eles "Feels Like Rain" (1993), "Slippin' In" (1994), "Sweet Tea" (2001) e "Blues Singer" (2003).
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Conheci o Buddy Guy em 2002, quando ainda começava a descobrir a diversidade de estilos que a música nos oferece (e que, com a internet, fica de alcance extremamente facilitado). Conheci apenas como "a grande influência do Jimi Hendrix" (um Hendrix que eu ainda estava começando a aprender a gostar). Mesmo assim, comprei esse pensamento, e, no dia 20 de Setembro de 2002, no Claro Hall, estava eu na segunda fila, a poucos metros dele (e das caixas de som que me renderam três dias de ouvidos zumbindo), assistindo a um show que mudaria a minha maneira de entender o blues e, conseqüentemente, a música, como um todo (fui conhecendo apenas "Damn Right, I've Got The Blues" e outra música, que não me recordo agora qual era).
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Pois regozijem-se, companheiros, porque o grande mestre Buddy em breve estará de volta ao solo tupiniquim, para nos agraciar com sua arte em três shows em algumas de nossas principais capitais. Evento imperdível por qualquer um que tenha um mínimo de consideração para com os próprios ouvidos (vale cada segundo de tê-los zumbindo, depois; bem como qualquer percentagem de audição que porventura possa ser permanentemente perdida). Seguem abaixo as datas e os locais dos shows:

24/11 (quinta-feira) - Porte Alegre - Teatro SESI

25/11 (sexta-feira) - São Paulo - Credicard Hall

26/11 (sábado) - Rio de Janeiro - Claro Hall
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FONTES DE REFERÊNCIA:
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PS:
1 - Este post ainda deve sofrer algumas alterações no decorrer da semana, de modo a melhorar a biografia e os dados relatados sobre o Buddy Guy;
2 - Aguardem para sexta-feira um post especial sobre outro baluarte do blues. Fica a dica de que a data escolhida (sexta-feira, 16 de setembro) não é uma data aleatória: será uma espécie de homenagem.

Um comentário:

Anônimo disse...

O Grande Sr.Proto! Muito bom o texto, bem escrito e informativo!
Você e aquele show do Buddy Guy, realmente, você não o esquece!

Até.: